quinta-feira, 24 de maio de 2012

Relatório sobre o I Seminário: Índios em Sergipe e Índios Xokó (Hoje) realizado nos dias 19 e 20 de abril do ano de 2012


Durante os dias 19 e 20 de abril deste ano, foi realizado na Universidade Federal de Sergipe o primeiro seminário: Índios em Sergipe e Índios Xokó (Hoje), idealizado e realizado pelo Grupo de Pesquisa Culturas, Identidades e Religiosidades (GPCIR), ligado do ao Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, com a coordenação do Prof. Dr. Antônio Lindvaldo Sousa, que deu início aos trabalhos apresentando a comissão organizadora e de maneira eloquente fez um síntese sobre a importância do estudo dos índios em Sergipe para entendermos a nossa História.

O Seminário teve como objetivo principal fazer o resgate da cultura indígena sergipana. Os palestrantes convidados para palestrar no primeiro dia foram a antropóloga Beatriz Gois Dantas, que abordou a temática Índios em Sergipe e durante as décadas de 1970 e 1980 teve um importante papel no resgate da memória dos povos indígenas sergipanos, dando um ponta pé inicial aos estudos sobre os índios em Sergipe, especialmente índios Xokó, contribuindo com o reconhecimento  desse povos na história sergipana; o professor Pedro Abelardo – A Catequese e a Civilização dos Índios no Império; o graduado em História Whitney Fernandes - As Atitudes dos Índios de Pacatuba Diante a Usurpação de Suas Terras. O segundo dia de palestra foi pautado pela identidade e luta do povo Xokó,  e teve como palestrante Apolônio Xokó –  Luta do Povo Xokó; o professor  Avelar Araújo Santos Junior: O Movimento Indígena e a Atualização de Suas Pautas de Luta.

A pesquisadora Beatriz Goes Dantas, introduziu sua explanação elencando a classificando indígena à época do descobrimento, entre Tupis e Tapuias, em seguida denominou os nomes dos primeiros grupos indígenas  a viverem em terras sergipanas entre os séculos VI e XX, sendo eles, Tupinambá, Kiriri, Kaxagó, Boimé, Karapotó e Aramuru. A mesma seguiu abordando sobre os tupinambás, que eram os grupos mais presentes no território sergipano. Descreveu alguns aspectos sociais, estruturais, políticos e religiosos dos tupinambá como as aldeias com malocas, roças, sobretudo de mandioca, a rede, o modo de fazer o fugo, a guerra traço cultural extremamente forte, pois era um mecanismo que permitia ascensão social, apontando o ritual antropofágico como elemento essencial da cultura tupinambá.

Explicitou também que para se entender o que se passa com o índio em Sergipe, tem que entender todo o processo de conquista da colonização do Brasil, onde índios e Europeus se encontram. Ilustrando ainda a economia de subsistência dos indígenas, a exploração do pau Brasil, a catequese dos mesmos pelos jesuítas, que teve uma missão de converter os índios a religião católica. Em 1590 é o marco de conquista em Sergipe por Cristóvão de Barros, dizimando os índios em Sergipe, afastando-os os sobreviventes para outras regiões, morrendo em média 1.600 e cativando cerca de 4.000. Encerra sua palestra informando que na Constituição Federal os índios têm os seus direitos assegurados. (Continua...)

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